sábado, 10 de junho de 2017

Os 50 anos da Guerra dos Seis Dias

Hoje completam 50 anos que houve a retomada do controle de Jerusalém por Israel, conquista homologada em 1968.

Só pra explicar um pouquinho.....

A Guerra dos Seis Dias, ou Terceira Guerra Árabe-Israelense, travada entre os dias 5 e 10 de Junho de 1967, de um lado o Estado de Israel e do outro Egito, Síria, Jordânia e Iraque com apoio do Kuwait, Líbia, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. Foi a mais rápida travada entre árabes e israelenses, foi também a guerra que possibilitou a Israel expandir seu território, conquistando a Península do Sinai, a Cisjordânia, Gaza, Jerusalém oriental e as colinas de Golã – o que, posteriormente, desencadeou a Guerra do Yom Kippur, em 1973.

Árabes e israelenses já haviam entrado em guerra duas vezes desde a Independência do Estado de Israel, em 1948. Nas décadas de 1950 e 1960, estava em ascensão o nacionalismo árabe, liderado pelo presidente do Egito e posterior presidente da República Árabe Unida (RAU), Gamal Abdel Nasser que era apoiado por Hafez al-Assad, da Síria, pelo rei Hussein, da Jordânia, e por outros chefes de Estado árabes, sobretudo os que integravam a Liga Árabe. Na Segunda Conferência do Cairo, de 1964, esses países deixaram claro, por meio de uma declaração, que um dos seus objetivos principais era a destruição do Estado de Israel.
Esse tipo de postura aumentou a tensão na região do Oriente Médio. A situação piorou quando Síria e Jordânia passaram a dar apoio a grupos guerrilheiros nascidos da Organização para a Libertação da Palestina e a movimentar tropas nas fronteiras com Israel, em maio de 1967.
Em 16 de maio, pressionado por sírios e jordanianos, Nasser mobilizou tropas egípcias na Península do Sinai e ordenou que as tropas da ONU (presentes no lugar desde o fim da última guerra árabe-israelense em 1956) se retirassem.
Em 22 de maio, Nasser ordenou o bloqueio ao Golfo de Aqaba.
Em 4 de junho, o Iraque juntou-se ao pacto jordaniano-egípcio de ajuda mútua em caso de guerra.
Antevendo um ataque coordenado desses países, no dia seguinte, Israel deu início à guerra.

Imagem - Blog Maxi Educa

No primeiro dia (05/06) da guerra, houve a destruição de 309 dos 340 aviões de combate egípcios pelos caças israelenses em um espaço de apenas duas horas. Os aviões foram destruídos em suas bases militares no solo.
No segundo dia (06/06), Israel cruzou as fronteiras da Península do Sinai.
No terceiro dia (07/06), paraquedistas israelenses conquistaram a cidade velha de Jerusalém, que estava sob o domínio de jordanianos e chegaram ao estreito de Tiran.
No quarto dia (08/06) chegaram a Rumani, perto do canal de Suez.
Nos dias seguintes, Egito e Síria já estavam derrotados e a guerra continuava contra a Jordânia. Com o avanço das tropas israelenses sobre a fronteira, houve a captura da Cisjordânia – porção jordaniana próxima à fronteira natural do rio Jordão.

O saldo da guerra foi o seguinte:
Para Israel - 980 soldados mortos, 4.520 feridos, 40 aviões abatidos e 394 tanques danificados.
Para os outros - 4.300 soldados mortos, 6.120 feridos, 444 aviões abatidos e 965 tanques danificados.

A própria dinâmica do desenvolvimento da guerra favoreceu Israel na ocupação dos territórios vizinhos, valendo ressaltar, portanto, que tal ocupação não foi planejada e nem tinha caráter definitivo. Como elucida o sociólogo Cláudio Camargo, a Guerra dos Seis Dias (foi um conflito que nenhuma das partes desejava e que, ao contrário do que possa parecer, careceu de planejamento político e estratégico por parte de Israel, embora muitos analistas árabes acreditassem que o conflito fora deliberadamente provocado pelos israelenses para expandir seu território. Contundo, a conquista e a ocupação da Cisjordânia e das colinas de Golã foram definidos ao longo das batalhas e não estavam nos planos iniciais dos estrategistas israelenses. - CAMARGO, Cláudio. “Guerras Árabes-Israelenses”. In: MAGNOLI, Demétrio. História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013. p. 441-42.)

Em 19 de junho de 1967 (o gabinete israelense reuniu-se e decidiu propor um acordo de paz com o Egito e a Síria, retirando suas tropas das áreas ocupadas desde que fossem garantidas a liberdade de navegação no estreito de Tiran e no canal de Suez: a desmilitarização da península do Sinai e das colônias de Golã e a não interferência no escoamento de água das nascentes do rio Jordão. Em relação à Cisjordânia – que na época já tinha uma população de 1,2 milhão de palestinos –, o gabinete ficou dividido entre a opção de dar autonomia aos palestinos, mas manter o território sob controle israelense ou devolver parte deles à Jordânia - Ibid. p. 442.)



Video de Thom Hartmann Program - Thom fala com o convidado Dr. Michael Oren (historiador israelense, autor, antigo embaixador israelense para os EUA, atualmente Vice-Ministro da diplomacia) sobre a guerra dos seis dias, e sobre a situação geopolítica única de Israel.

Bjksss .....  Graça e Paz!!!



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